O primeiro encontro com Montserrat e Rosalina

Praia da Adraga, Sintra
13.01.2007

Esta sessão de trabalho tinha como objectivo procurar um corpo envelhecido, encontrar os sintomas da idade e perecber como se manifestam fisicamente. A ideia era pesquisar a memória física ligada aos pés e pernas (andar) , ás mãos (tacto e mobilidade), ao ouvido, à visão, ao sabor e ao olfacto. Despertar os sentidos e analisá-los na sua plenitude, percebê-los mecanicamente e a sua influência e depois retirar pouco a pouco a capacidade de os usar, debilitar o corpo e observar como reage.

O que acontece se for deixando de ouvir? Inclino o corpo para a frente, rodo a cabeça, ...?
E se perco sensibilidade na planta dos pés? Como procuro o equilíbrio?

Cada uma das actrizes fez um percurso individual e foi encontrando diferentes reacções, foi fixando um corpo, foi estudando tecnicamente as possibilidades e assim encontrámos, ao fim do dia a imagem física da Montserrat e da Rosalina. O que elas não sabiam é que aqueles corpos iam de encontro às máscaras que ainda não tinham visto... Não existem coincidências, as máscaras foram feitas a partir da cara de cada uma delas e a forma fica desde logo influenciada, mas não deixou de nos surpreender.

Mireia: as articulações dos dedos, as mãos perdem destreza; O andar, corpo que se inclina para a frente à procura de equilíbrio.

Não se sente bem no campo, sozinha, bichos, desconforto pela dificuldade em se movimentar...

Rita: "Senti as mãos a engordar...Tive necessidade de as esfregar constantemente e de tocar levemente na cara para as sentir."


As propostas da Rita inclinaram-se desde o princípio para alguém que encara o corpo debilitado com cepticismo, que se sente jovem e, apesar da dificuldade, a tendência foi sempre para fazer qualquer coisa para se entreter...


Tema do 1ºEncontro: EXCURSÃO



Estas são as inesquecíveis imagens do primeiro encontro entre a Rosalina e a Montserrat... As personalidades estavam definidas apenas pelas escolhas físicas que tinham feito, e essa relação consigo próprias e com o espaço provoca a outra e aparecem coisas inacreditáveis... Por verosímeis e por vêr surgir as personagens!




Não podiam ainda falar uma com a outra, mas estabeleceu-se uma relação que nem sempre foi fácil...

A Rosalina ia rebentando por não poder falar! Não é por acaso que não se cala durante o espectáculo todo...

A Montserrat estava aborrecida de morte e já não podia ver a outra à frente... Rabugenta?

Mas estas pequenas diferenças acontecem nas relações à força, ali percebeu-se que precisavam uma da outra com tudo o que isso implicava. Ao fim do dia lá se entenderam...

...e foram juntas para o autocarro.




1 comentário:

arte-i-factos disse...

parabéns pelo blog! adoro o facto de vocês partilharem comnosco o vosso processo criativo! continuem, por favor.
bjos